sábado, 12 de fevereiro de 2011

E se o Grande Emancipador fosse um assumido racista?

O Grande Emancipador é o cognome que a história ortodoxa (oficial) atribui a Lincoln. Segundo esta, Lincoln "foi forçado" à Guerra Civil a bem da defesa da integridade da União e, sobretudo, pela defesa do fim do esclavagismo que, à época, caracterizava os Estados da Confederação secessionista.

Por entender que esta caracterização de Lincoln corresponde a uma mistificação gigantesca, Thomas DiLorenzo, autor de Real Lincoln e de Lincoln Unmasked (e que já referenciei aqui), não é muito bem visto entre os gatekeepers da ortodoxia vigente, Democrata ou Republicana sem distinção. Paul Krugman é um deles (apesar de não o nomear directamente). Curiosamente, o überliberal (no sentido americano) Gore Vidal nunca mereceu um tão grande repúdio por parte dos admiradores do Grande Homem, do maior Presidente americano de sempre, apesar de defender uma caracterização romanesca (mas também histórica) de Lincoln muito semelhante à que DiLorenzo se atreveu a apresentar.

Agora, porém, é o Washington Times que publicita a saída de um novo livro, notícia retomada hoje pelo Telegraph por dois historiadores "respeitados" (Phillip Magness and Sebastian Page). E, vejam só, segundo o Telegraph, 
A new book on the celebrated US president and hero of the anti-slavery movement, who was born 202 years ago on Saturday, argues that he went on supporting the highly controversial policy of colonisation.(...)
“So it’s a tough issue to integrate in to Lincoln’s story.
“It’s a tough racial issue, and it raises a lot of emotional issues. It doesn’t mesh well with the emancipation legacy, and it doesn’t mesh well with Lincoln’s image as an iconic figure.”

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