quinta-feira, 28 de abril de 2011

A mentira como política

Nas páginas 26 e 27 do programa eleitoral do PS às eleições legislativas de Junho próximo, pode ler-se:

«[N]a verdade, a execução orçamental de 2010 fez recuar significativamente o défice orçamental. Tendo em conta a base comparável, isto é, o mesmo universo das administrações públicas considerado para a determinação do défice de 2009, o défice de 2010 foi de 6,8% do PIB, isto é, menos 2,7 pontos percentuais do que no ano anterior. Este é um indicador evidente do esforço de consolidação[!!!]».
Ou seja: a "folga" orçamental que Sócrates se ufanava nos inícios de Janeiro, por duas vezes num espaço de um mês, viu os 6,8% passarem a 9,1% (até ver) havendo que ter em atenção que mesmo estes últimos, em rigor, deviam ser acrescidos de 1,6% correspondentes à receita extraordinária do fundo de pensões da PT. Dito de outra forma, o défice sem cosmética em 2010 foi (por agora) de 10,7%! Daí que manter como meta para o défice orçamental os 4,6% do PIB seja, aparentemente suicidário (caso se pretenda mesmo atingi-lo).

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