sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Grandes mentiras, grandes desastres

Tendo o então senador Barack Obama proferido as declarações seguintes (realces meus)
"So if somebody wants to build a coal-powered plant, they can. It's just that it will bankrupt them because they’re going to be charged a huge sum for all that greenhouse gas that's being emitted." -- Barack Obama, January 17, 2008 (vídeo)

"Under my plan of a cap-and-trade system, electricity rates would necessarily skyrocket. Coal-powered plants, you know, natural gas, you name it, whatever the plants were, whatever the industry was, they would have to retrofit their operations. That will cost money. They will pass that money on to consumers."  -- Barack Obama, January, 2008 (vídeo)
ninguém pode ter ficado admirado, mesmo depois dos escândalos Solyndra e similares, que a administração Obama, pela mão da EPA (agência americana do ambiente) tenha declarado guerra aberta à produção de electricidade através do carvão. Quaisquer pretextos servem para levar por diante essa guerra, uma vez determinada a estratégia. Vejamos um caso que classificaria de limite: o relativo ao estabelecimento do Mercury Air Toxics Standards for Utilities cuja justificação técnica (pdf), nos próprios termos da EPA, é descrita assim (pág. 7, 3º parágrafo do sumário executivo) quanto ao âmbito do estudo de risco associado com o metilmercúrio (MeHg) :
«The national-scale risk assessment for Hg [mercúrio] focuses on risk associated with Hg released from U.S. EGUs [Energy Generating Units] that deposits to watersheds within the continental U.S., bioaccumulates in fish and then is consumed as MeHg in fish eaten by subsistence fishers and other freshwater self-caught fish consumers.»
Portanto, o estudo do risco para a saúde das emissões de mercúrio pelas centrais térmicas a carvão foi efectuado nas bacias de água on-shore, onde se depositam as partículas de mercúrio, sendo absorvidos pelos peixes "residentes". As pessoas potencialmente infectadas seriam constituídas por pescadores de subsistência que se alimentam dos peixes assim afectados! [Este artigo, no blogue Global Warming, esmiuça o ridículo a que se pode recorrer para atingir fins pré-determinados]. Ah! Já me esquecia: segundo a própria EPA, se é certo que irão desaparecer empregos eles serão mais que compensados com aqueles que se irão ganhar com os empregos a criar nas indústrias de combate à poluição. Quantas vezes já ouvimos isto?

Mas tudo isto não teria importância especial se o conjunto de novas regulações (a do mercúrio é uma delas) não se traduzissem no empobrecimento americano, que o próprio governo federal promove, e que se traduz no próximo encerramento (daqui a 2016) de dezenas de centrais térmicas a carvão, correspondentes a uma capacidade de geração nominal de 33 GW, que a seguinte figura identifica (copiada daqui) e que este documento detalha:


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