sábado, 14 de julho de 2012

A bolha educativa e a retórica do capital humano

Multiplicam-se os sinais de que se aproxima um novo estouro de uma bolha especulativa nos EUA. Refiro-me aos efeitos do incumprimento do serviço da dívida da queles que se vêem agora incapazes de pagar os empréstimos que contraíram, para frequentarem a universidade, incentivados pelas facilidades financeiras que o governo federal proporcionou (e de que as faculdades, naturalmente, tiraram partido, subindo em muito as propinas) . O que se vai crescentemente dando conta é que os empregos que boa parte dos recém-graduados universitários vão conseguindo, não compaginam com as "competências adquiridas" nas faculdades nem, por conseguinte, com os respectivos salários. Em consequência, o default virá, mais cedo ou mais tarde, em grande escala.

No vídeo seguinte, Peter Schiff explica que a situação se deve, no essencial, às consequências não-intencionais dos maciços subsídios federais que levaram muitos a optarem por um percurso muito provavelmente desadequado para os seus próprios interesses profissionais e materiais. A sua oponente no debate, pelo contrário, acha que o problema é da economia que não cria todos aqueles empregos "compatíveis" com as qualificações obtidas pelos estudantes pois, segundo ela, que todos têm direito a uma educação "superior". Conhecemos bem este filme.

1 comentário:

Lura do Grilo disse...

A rapariga é mal-educada: não deixava o oponente falar. Usava a habitual táctica do exagero, interrupção e demonização para ocultar as ideias do Peter.

Infelizmente ele tem razão. Estão a tirar provavelmente bons técnicos do mercado de trabalho para os colocar a estudar quando o seu perfil não se adequa.

O voluntarismo, o bom coração e a dedicação ao outro saiu da família estes anos e foi para a política: uma desgraça a olhos vistos.