segunda-feira, 22 de outubro de 2012

On Acting Rationally in More Ways than One

Robert Higgs escreve um belíssimo texto cujo título roubei: On Acting Rationally in More Ways than One. Leiam-no, por favor. A tradução que se segue é muito pálida perante o original. Pretende apenas tentar alargar o leque dos leitores de uma das grandes figuras da intelectualidade americana:
A racionalidade é um elemento essencial para se pensar e agir de forma bem-sucedida. Ela serve, em última análise, para prevenir contradições internas; permite-nos escolher os meios que são adequados para alcançar os objectivos que escolhemos. Eu não venho enterrar a racionalidade, venho elogiá-la.

Contudo, a racionalidade por si só não pode garantir a ninguém uma vida de sucesso. Esta limitação existe não apenas porque as contingências de tempo e circunstância podem frustrar o sucesso do plano de qualquer um - por mais racional que seja a sua formulação - mas, e mais importante, porque uma vida bem sucedida, no sentido mais profundo, requer que tenhamos escolhido os nossos objectivos sabiamente. Se o tivermos feito seremos transportados para o domínio do que poderíamos designar por meta-racionalidade.

Ted Bundy [link] era racional. Ele usou a sua considerável inteligência para seleccionar os meios para evitar ser capturado pela polícia durante os anos em que se dedicou ao rapto, ao estupro e a matar jovens mulheres. O objectivo que escolheu, contudo - praticar uma série de crimes hediondos - pré-determinou que a condução da sua vida seria tudo menos realmente bem-sucedida. A sua racionalidade instrumental foi excelente; a sua meta-racionalidade foi abismal para além da imaginação.

O pensamento moderno eleva a racionalidade instrumental ao apogeu de critérios estipulados para se pensar e agir de forma bem-sucedida. Certos grupos adoram-na - um deles incessantemente proferindo o mantra A = A para expressar a sua devoção - imaginando que só a sua adopção permitirá às pessoas viver de modo bem-sucedido. Mas a menos que as pessoas dediquem um esforço sério e sustentado à consideração da sabedoria para  alcançar fins específicos e não outros que estejam disponíveis, elas podem ser sempre muito racionais, mas cometerão o erro das suas vidas - e da vida dos outros pelo caminho fora.

Infelizmente, quando as pessoas estão definindo os seus rumos de vida durante os seus anos de jovens adultos, muitos delas dão-se consigo próprias anos a fio na universidade, onde encontram a apoteose da racionalidade instrumental a par do desrespeito ou desvalorização da meta-racionalidade. Com efeito, o escárnio das fontes tradicionais de orientação - a religião e sabedoria popular - frequentemente está presente em qualquer discussão dessas fontes, que são tidas como aglomerados de tolices e superstições. Quanto à sabedoria, é-se aparentemente aconselhado a apenas manter uma mente aberta, isto é, a considerar todos os tipos de fins como igualmente dignos e tão simplesmente como uma questão de gosto pessoal. Assim, mal preparados para viver uma vida verdadeiramente com significado, os jovens adultos partem para os mares do tempo e da circunstância, reagindo a uma tempestade após outra nas suas carreiras e nas suas famílias, mas sem nunca saberem para onde se estão dirigindo ou se teria sido melhor ter navegado numa direcção muito diferente.

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