sábado, 27 de abril de 2013

Leis de controlo de armas: mais pensamento mágico em acção

Thomas Sowell, em The Fact-Free Gun-Control Crusade, desmantela os argumentos (?) daqueles que periodicamente ensaiam, em cada episódio de matança pública levada a cabo por loucos e terroristas de múltiplas matizes, a proibição efectiva de meios de defesa pessoal e da propriedade dos cidadãos contra as acções de criminosos que atentem contra a sua vida e a dos seus bem como da sua propriedade.

Num mundo onde a estatística de há muito reina, tentando "vender" relações de causa-efeito a partir de meras correlações (onde o impulso para a batota é por vezes irresistível..,), Sowell sublinha a notável ausência de "estudos" na oratória dos promotores do desarmamento dos cidadãos ("para o seu próprio bem", claro). O pensamento mágico que subjaz  ao estatista segundo o qual um qualquer papel, proibindo isto ou aquilo, levará (!) os facínoras e criminosos a absterem-se de se comportar segundo a sua natureza - acaba invariavelmente por levar a resultados opostos aos anunciados. Por vezes, caso da Lei Seca ou da Guerra às Drogas, o resultado trágico é o de transformar milhões de pessoas, até então pacíficas, em "criminosos"; simultaneamente,  surgem e desenvolvem-se os gangs que são os directamente beneficiados pelo proibicionismo.

A tradução é da minha responsabilidade.
No meio de toda a acalorada e emocional defesa do controlo de armas, já alguém ouviu falar de uma única pessoa que tenha apresentado provas convincentes de que leis mais rígidas de controlo de armas tenham efectivamente reduzido os homicídios?

Thomas Sowell
Pense-se em todos os estados [dos EUA] e comunidades no seu seio, bem como nos países estrangeiros, que tenham leis de controlo de armas muito apertadas ou, pelo contrário, sejam pouco restritivas ou até mesmo inexistentes. Com tantas variantes e tantas fontes de informação disponíveis, certamente que, algures, haveria provas irrefutáveis de que leis mais restritas de controlo de armas reduziriam de facto a taxa de homicídios. E se leis mais rígidas de controlo de armas, na realidade, não reduzem a taxa de homicídios, por que razão estamos então correndo em direcção a tais leis após cada tiroteio que obtém a atenção dos media? Já alguma vez os meios de comunicação social mencionaram estudos que tenham apresentado evidências de que as taxas de homicídio tendam a ser maiores em locais com leis de controlo de armas mais restritas?

O inconfessável segredo está em que as leis de controlo de armas, na realidade, não controlam armas. Elas desarmam os cidadãos cumpridores da lei, tornando-os mais vulneráveis perante os criminosos, que permanecem armados em desrespeito a tais leis. Na Inglaterra, os crimes à mão armada dispararam com o quase desaparecimento da posse legal de armas sob as leis cada vez mais severas de controlo de armas nos finais do século 20 (ver o livro Guns e Violence [: The English Experience] [link], de Joyce Lee Malcolm). Mas o controlo de armas tornou-se numa daquelas cruzadas, baseadas em suposições, emoções e retórica onde os factos são dispensáveis.

O que quase ninguém menciona é que as armas são utilizadas para defender vidas assim como para ceifar vidas. Na realidade, muitos dos horrendos massacres a que assistimos através dos meios de comunicação social terminaram quando alguém apareceu munido de uma arma e pôs fim à matança. O Instituto Cato estima que aconteçam mais de 100 mil utilizações defensivas de armas de fogo por ano. Impedir que cidadãos cumpridores da lei se defendam a si próprios pode custar muito mais vidas do que as que se perdem nos episódios de tiroteio que os media divulgam. As vidas salvas por armas de fogo não são menos preciosas apenas pelo facto de os media não lhes prestarem atenção.

Muitas pessoas que nunca dispararam uma arma nas suas vidas e nunca enfrentaram perigos que ameaçassem a sua vida sentem-se, não obstante, qualificadas para impor restrições legais que podem vir a revelar-se fatais para outros. E os políticos, ansiosos por "fazer algo" que lhes confira publicidade, sabem que os votos dos ignorantes e dos ingénuos continuam a ser votos.

Virtualmente nada do que está sendo proposto na legislação de controlo de armas é susceptível de reduzir as taxas de homicídio. Restringir a capacidade dos carregadores   das armas à disposição dos cidadãos cumpridores da lei não irá restringir a capacidade dos carregadores dos que não são cidadãos cumpridores da lei. Essas restrições apenas significam que é mais provável que seja o cidadão cumpridor da lei a ser o primeiro a ficar sem munições. Qualquer um teria que ser um atirador de eleição para afastar três invasores da sua casa com apenas sete tiros dirigidos contra alvos móveis. Mas sete é o número mágico de balas permitido num carregador segundo as novas leis de controlo de armas do estado de Nova Iorque.

As pessoas que apoiam tais leis parecem despreocupadamente assumir que estão a limitar os danos que podem ser causados ​​por criminosos ou doentes mentais - como se os criminosos ou os loucos se preocupassem com tais leis.

Proibir as chamadas armas de assalto não passa de uma farsa, para além de uma fraude, porque não existe uma definição concreta do que é uma arma de assalto. É por isso que têm que ser especificadas pelo nome tantas armas nestas proibições - e as especificadas como sendo a banir não são tipicamente mais perigosas do que as outras não especificadas. Algumas pessoas pensam que "armas de assalto" significam armas automáticas. Mas as armas automáticas foram proibidas há décadas. A proibição de armas de feia aparência, parecidas com "armas de assalto", pode trazer benefícios de ordem estética, mas não reduzirá minimamente os perigos para a vida humana. Ficar-se-á tão morto quanto acontecerá se se for assassinado com uma arma de aparência muito simples.

Uma das perigosas inconsistências de muitos, se não da maioria, dos cruzados pelo controlo de armas é que aqueles que são os mais entusiastas por retirar as armas do alcance dos cidadãos cumpridores da lei frequentemente não estão tão preocupados em manter os criminosos violentos atrás das grades. A indulgência para com os criminosos há muito que faz parte do padrão dos fanáticos pelo controlo de armas de ambos os lados do Atlântico. Quando o desejo insaciável para reprimir os cidadãos armados cumpridores da lei se combina com uma atitude de indulgência para com os criminosos, dificilmente pode ser surpreendente quando as leis de controlo de armas cada vez mais restritas forem acompanhadas pelo aumento dos índices de criminalidade, incluindo assassinatos.

1 comentário:

Lura do Grilo disse...

Depois há uma imensa criatividade para não permitir armas como aquela da violência doméstica dos homens sobre as mulheres. Ora se há coisa que um homem não precisa para matar uma mulher é de uma arma .. já a mulher com uma arma pode muito bem fazer a diferença e salvar a sua vida. Muitas morrem à espera da polícia e da ajuda de vizinhos