quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma em busca da burocracia da excelência

No famigerado guião da reforma do estado, alude-se, a pp 28-38, a "cerca de 80 exemplos, sector a sector, de reformas no Estado, [que] tornam claro que o processo é permanente e coerente". Tal afirmação, ilustrada da forma que está, permite sustentar a tese que a "reforma do estado" é, afinal, um continuum. E, assim sendo, os dois anos e meio de "reformas" deste governo ainda empalidecem perante, por exemplo, a dimensão das "reformas" dos governos liderados por Aquele-que-tenho-pejo-em-nomear1.

Perante o pindérico elenco apresentado, aproveitaria para sugerir a inclusão de um mero mas significativo parágrafo cujo texto poderia ser algo como isto:
Reformar o Estado é fazer regressar o futebol à RTP pelo manifesto serviço público que constitui e que, como ficámos a saber com o prof. Poiares Maduro a sobraçar o dossier, é insusceptível de ser prestado pelas televisões privadas. O mesmo se diga dos próximos Jogos Olímpicos.
___________________________________________________________
1De tal modo que estava capaz de sugerir um desafio aos investigadores mais disponíveis para, porventura mediante a criação de um observatório dedicado, se desenvolver um "modelo" para mensurar objectivamente a densidade reformista dos sucessivos governos em Portugal. A minha tese, implícita nesta sugestão, confesso, é que os governos do Estado Novo foram, ao contrário do mito estabelecido, efectivos adeptos do laissez-faire.

Sem comentários: