domingo, 9 de março de 2014

Citação do dia (156)

"É provável que o maior mito relativo aos mercados advenha da sua própria denominação. Temos tendência a pensar num mercado como se de uma coisa se tratasse quando, de facto, respeita às pessoas que se envolvem em transacções económicas nos termos e modalidades em que mutuamente acordam. Neste sentido, é possível contrastar um mercado com o planeamento central ou a regulação governamental. Com demasiada frequência, todavia, quando um mercado é percepcionado como sendo uma coisa, é considerado como um mecanismo impessoal, quando na realidade é tão pessoal quanto as pessoas que nele participam. Esta concepção errónea permite que terceiros procurem retirar a liberdade às pessoas para transaccionar entre si nos termos que mutuamente acordarem, e apresentar essa restrição à sua liberdade como se tratasse de resgatar as pessoas dos "ditames" do mercado impessoal, quando, na verdade, isso corresponderia a submetê-las aos ditames de terceiros."

4 comentários:

LV disse...

Eduardo,
Que dizer então do seguinte artigo (excerto) do Económico:
"Título - Governo quer limpar balanço dos bancos para potenciar retoma - Mónica Silvares
10/03/14 00:06

O Ministério da Economia, das Finanças e o Banco de Portugal estão “a trabalhar” numa forma de transmitir activos dos bancos para potenciar a retoma da economia e libertar capital.

O Governo está a trabalhar numa forma de retirar activos menos atraentes dos bancos de modo a potenciar a desalavancagem dos mesmos e promover a concessão de crédito à economia. Só depois de estudar a situação com a banca será possível identificar quais os activos em causa, mas podem ser carteiras de crédito ao consumo, dívida de empresas públicas ou imobiliário."

Ou este artigo é um exercício de ironia (que por aqui se apreciaria) ou um eco "do dono".
Inclino-me, infelizmente, para esta segunda hipótese. E é um enquadramento real, presente e nacional do conteúdo da citação que escolheu. A passagem do "estão a "trabalhar"(aspas no original!) numa forma de … potenciar a retoma." É estranha, pois o trabalhar com as aspas… mas no sentido de "a preparar marosca"? "em esquemas"?
Tenebrosa esta peça. Simplificando parece mais um passo na política de nacionalização da economia. E há que julgue que isto é um avanço. Sem ironia nenhuma. E ainda se diz defensor do mercado livre e dos seus agentes: cada um de nós.
Só nos resta a sorte.
LV



Eduardo Freitas disse...

Luís,

Ficamos talvez esclarecidos quanto à futura persistência de "veículos" ao estilo BPN e - quem sabe? -, do banco de "fomento" que para aí vem.


«Vivo assi ao revés,
tomando por certa vida
certa morte,
com que folgo, em que me pês,
pois minha sorte é servida
de tal sorte.»

Saudações!

LV disse...

Eduardo,
E que sorte!
Saudações,
LV

floribundus disse...

há quem pense que foram substituídos pelos hipermercados tipo paradigma-continente

hino fascista
'ci fregiamo tutti della brutta morte'

ou seja
estamos 'fudidos' e mal pagos