domingo, 4 de maio de 2014

A grande ficção (2)

Na sequência do post anterior, um excerto da crónica de hoje de Alberto Gonçalves no DN:
«[O] Governo é socialista e no fundo nunca lhe passou pela cabeça ser coisa diferente. Nem podia passar. Sempre que se impõe a escolha entre prejudicar os que beneficiam do fisco - incluindo partidos, administração pública, fundações, observatórios, gabinetes de "apoio" e clientelas em geral - e prejudicar os que sustentam o fisco, não existem dúvidas. A única dúvida consistia em discernir se o dr. Passos Coelho nos levaria ao desastre com idêntico empenho ao protagonizado pelo antecessor e ao ameaçado pelo candidato a sucessor, que pelo menos têm a vantagem de assumir o socialismo. Hoje, a dúvida já não existe. Mas o interessante é o povo insistir que os políticos são todos iguais e depois admirar-se perante a fulminante veracidade do próprio cliché. Não admira.»
Alberto Gonçalves

3 comentários:

floribundus disse...

ao contrário da quase totalidade dos habitantes do rectângulo falido e agónico
sou uma opinião e não 'A OPINIÃO'

aqui não há ideologia mas calculismo
os votos vêm do MONSTRO

o rectângulo está irremediável e definitivamente condenado ao insucesso porque

o MONSTRO é subsidio-dependente

Diogo disse...

«Mas o interessante é o povo insistir que os políticos são todos iguais»


O que só vem comprovar que os partidos do «arco da governação» são comandados a uma só voz.

Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."

LV disse...

Diogo,

No alvo!
Compreende por que tenho chamado à atenção para a peça, o guião que se desenrola aos nossos olhos como se estivéssemos de fora? Como se não tivéssemos um papel a desempenhar?
Quando se explorarem as relações entre os diferentes partidos ao nível continental (ou até mundial) o mais certo é encontrarem-se não uma (aleatória que fosse), mas várias ligações e influências. Que alimentam interesses numa teia a que já chamei de complexa.
Saudações,
LV