quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A Imprevisibilidade do Futuro e A Conquista da Liberdade

Na véspera do Ano Novo, cabe desejar a todos os leitores do Espectador Interessado o melhor 2015 possível, num contexto que aconselha recurso ao pleno da prudência, como hoje escreveu LV, o meu parceiro de blogue.

Procurando um tema, simultaneamente de balanço e perspectiva, para o meu último post do ano, optei por um texto prospectivamente optimista (ainda que num futuro indefinido e quiçá longínquo). O artigo que escolhi traduzir (de minha exclusiva responsabilidade) contém múltiplas referências relevantes no meu próprio percurso politico-filosófico. Fez-me também recordar as palavras de um meu ex-director, hoje um bom amigo, nas boas-vindas: “Esta não é uma empresa para velocistas, mas sim para corredores de fundo”. Concorde-se ou não com o tom do autor, Richard Ebeling, as suas reflexões parecem-me ser inquestionavelmente informadas e relevantes.

Desculpem-me a auto-citação na formulação dos meus próprios votos para 2015: “Que as ideias da defesa da liberdade progridam e que não esmoreça aos seus promotores a sua defesa.” Teimosamente, claro.

29 de Dezembro de 2014
Por Richard Ebeling



Com um novo ano a começar, é fácil considerar que as perspectivas para a liberdade, na América como em muitas outras partes do mundo, pareçam ténues. Afinal de contas, o estado continua a crescer e é cada vez mais intrusivo e que recorre a cargas fiscais que absorvem enormes quantidades da riqueza privada.

Radar

Para um verdadeiro teste à realidade que temos e continuaremos a ter, a entrevista a Bernard Connolly é fundamental. Connolly, ainda que crítico do projecto da moeda única, fez parte da Comissão Europeia na dimensão de política monetária e do Conselho de Governadores dos Bancos Centrais Europeus. E é esta dimensão de participante das altas esferas da burocracia europeia que confere à sua entrevista o estatuto de imperdível.
O que acontece à Espanha, a Portugal, à Alemanha ou à França? Que cenários temos pela frente? Quem abandona a Zona Euro em 2017?
A ouvir a partir do minuto 13.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Em medidas iguais

"Actualmente, os bancos centrais negoceiam com contrapartes que são gigantes bancos comerciais com derivativos nos balanços de uma escala e complexidade perturbadoras. Parece impossível que estas exposições comerciais possam ter sido construídas e mantidas sem o conhecimento e a cumplicidade dos sectores oficiais. O Deutsche Bank, por exemplo, envolvido como instituição acusada em milhares de queixas e investigações judiciais, possui uma exposição a derivativos numa dimensão vinte vezes superior ao PIB da Alemanha e cinco vezes o PIB da Zona Euro.
Não é preciso muita imaginação para inferir que os técnicos dos bancos centrais e os seus pares nestes colossos da banca de investimento – frutos do mesmo ADN, colegas nas mesmas escolas, perseguindo carreiras que se cruzam, frequentadores das mesmas conferências e sempre à distância de uma simples chamada – são indistinguíveis tanto ideológica como intelectualmente e corruptos moralmente em igual medida."

John Hathaway - "Tectónicas Monetárias"

Solilóquio

Seguindo a sugestão de Koos Jansen, olhando para este gráfico não posso deixar de me perguntar: a que episódios da nossa peça colectiva correspondem estes grandes movimentos decrescentes nas reservas de ouro da FED em Nova Iorque? 1999-2000... 2007-09... 2013-14...
O que será que terá acontecido?

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Esperando o melhor

Adquirindo um seguro monetário

Por estes dias muitas são as listas de compromissos a assumir no ano que há-de vir. E já se multiplicam os discursos e intervenções por parte de políticos e especialistas, testando algumas estratégias para os tempos que se avizinham.
Sem a ambição de um balanço e visão prospectiva complexos, seleccionei a seguinte entrevista para que possamos ter algumas referências quando, a partir do presente, olharmos mais para a frente, do ponto de vista económico, financeiro e político. Em particular, para que possamos reconhecer, num esforço crítico fundamental, a peça que se desenrola e os seus próximos actos.
Isto porque, apesar da cantiga "das nuvens que já passaram" e do futuro brilhante que alguns defendem através de mais intervenções e investimentos públicos, os constrangimentos globais são maiores do que em 2007/08 e o espaço para soluções mágicas (assentes em engenharias financeiras cada vez mais obscuras e perigosas) é cada vez mais exíguo.
Importa, assim, fazer uma digressão pelas zonas menos conhecidas (porque será?), mas determinantes do nosso universo monetário e financeiro.

Boa viagem.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A Grande Guerra - As tréguas espontâneas do Natal de 1914


Quatro meses decorridos após o início da horrenda Grande Guerra, a que ficou conhecida por Frente Ocidental estabilizou ao longo de mais de 600 km ininterruptos de trincheiras, do Canal da Mancha à Suiça. Nela se defrontavam os contendores que, a troco da conquista de uns (reversíveis) palmos de terra, já prosseguiam numa carnificina sem fim à vista, após o termo da curta guerra de movimento inicial. Sob um olhar alemão, Erich Maria Remarque verteria no seu "A Oeste Nada de Novo" tão monstruosa enormidade. Mais tarde, no magnífico filme "Horizontes de Glória", Stanley Kubrick oferecer-nos-ia um olhar do lado dos Aliados sobre a inutilidade da matança e da incompetente indiferença criminosa do generalato.

http://www.amazon.com/Christmas-Truce-Western-Front-December-ebook/dp/B006DY7W8A/ref=sr_1_1_twi_2?ie=UTF8&qid=1419529138&sr=8-1&keywords=1447264274
As pouco divulgadas tréguas de Natal de 1914, que ocorreram em vários locais da linha de trincheiras de modo espontâneo, e que em alguns casos se prolongaram até o início de 1915, foram um sinal inquestionável do impasse a que se tinha chegado, que se prolongaria até ao fim da guerra, e, consequentemente, da inutilidade e falta de propósito da mesma.

Os governos portugueses de então sabiam pois muito bem o que um contingente português iria defrontar nestas circunstâncias. A troco de nada além de um espúrio, e de resto muito contestado à época, "interesse nacional".

Um Feliz Natal para todos os leitores do Espectador Interessado!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Coisas Reais

"No fim do arco-iris está a procura física asiática"

No primeiro aniversário do programa "Get Real", que se tem dedicado a analisar o mercado de vários bens tangíveis (dos metais, ao petróleo ou ao vinho, por exemplo), Jan Skoyles (The Real Asset Co) conduz mais uma entrevista. Desta vez o entrevistado é Ned Naylor-Leyland (Quilter Cheviot I.M.) e são analisados os seguintes assuntos:
- o ano de 2014 e a procura mundial dos metais - ouro e prata;
- a desmistificação da verdadeira dimensão e volume do mercado do ouro - o volume de ouro (sintético/papel) transaccionado diariamente em Londres (LBMA) é várias vezes superior ao volume de transacções financeiras (Dow Jones e FTSE londrino) - são 250 a 300 mil milhões diários e não 20 milhões como noticia o Financial Times;
- a natureza do mercado físico dos metais na China e na Índia - investimento, poupança e garantias de crédito;
- a Índia estabelece protocolos com a Royal Mint e o World Gold Council;
- o balanço do referendo suíço (Swiss Gold Initiative);
- as reservas estruturais de ouro europeias - as iniciativas de repatriamento (Alemanha, Holanda, Aústria, França) serão tentativas de preparação face ao risco dos programas QE na Europa?
- A Rússia e o rublo.

Pouco mais de vinte minutos fazendo o balanço a coisas reais.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pico quantos? (versão 2014)

Passaram menos de duas semanas sobre a publicação deste artigo (registo necessário) no Wall Street Journal, e é espantoso o trajecto seguido pelas cotações do petróleo desde então. Veremos até quando e onde irão os tenebrosos especuladores na sua ganância no seu perturbador altruísmo... Para além de outras importantes questões - no domínio da geopolítica mundial e do eventual rebentar da provável "bolha", alimentada por cortesia da Fed através do "milagre" do crédito abundante e barato, em boa parte (que parte?) responsável pelo espectacular ressurgimento dos EUA como produtor de petróleo -, a minha intenção com a tradução deste artigo queda-se no revisitar do recorrente tema do esgotamento "iminente" do petróleo, para o voltar a negar pela n-ésima vez (o "paradoxo da finitude"). A oportunidade surge também com a confirmação entre nós de um novo aumento de preços nas tarifas da electricidade para 2015. Este, conforme se tornou vincado de 2009 para cá, tem uma componente visível e uma outra "invisível" (défice tarifário, leia-se, novos aumentos futuros nas tarifas) que ultrapassará os 5 mil milhões de euros no ano que vem! No edifício argumentativo dos promotores das irremediavelmente intermitentes, e por isso não confiáveis, "novas renováveis", faz parte uma suposta inevitabilidade: a de que os preços da energia de origem fóssil iriam subir muito. Daí que achem irrelevante, quando não impertinente ou "marialva" (Moreira da Silva dixit), discutir esta coisa dos aberrantes sobrecustos que a sua sobre-adopção impõe e que, no cair do pano, até mesmo dos submarinos surgem "contrapartidas".

The Wall Street Journal
4 de Dezembro de 2014

O "pico do petróleo" desmistificado uma vez mais ainda

Foi há 216 anos que Thomas Malthus criou a ideia de que o apetite do homem pelos recursos naturais iria ultrapassar a capacidade da natureza em fornecê-los. Desde então que ocorrem alertas regulares segundo os quais o mundo estaria a assistir ao esgotamento da soja, do hélio, do chocolate, do tungsténio, etc., e que o crescimento da população se teria tornado insustentável. Os alarmes provocam um pânico político ou social durante algum tempo, até que vêm a revelar-se errados.

O mais recente embate com a realidade é o fim da obsessão com o "pico do petróleo" que durante anos levou pessoas sérias a proclamar que estávamos a entrar numa era de permanente escassez de combustíveis fósseis. Não foi isso que se verificou.

Imagem do Wall Street Journal
Esta é uma lição central a retirar da dramática queda no preço do petróleo neste ano, que chegou aos 69,49 dólares no barril do Brent de quinta-feira vindo de um máximo em Junho de 112,12 dólares. Ainda recentemente, nos inícios de Novembro, quando o petróleo oscilava em torno dos 80 dólares, funcionários da OPEP advertiram que iriam intervir para "segurar" o preço nos 70 dólares. Mas as autoridades sauditas recusaram-se visivelmente a anuir num corte na produção na reunião da semana passada da OPEP, e o ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, deixou bem claro que se sentiria confortável com preços mais baixos.

Em defesa de um padrão monetário livre - parte IV

Num padrão-ouro, o ouro é o meio pelo qual todas as outras coisas são comparadas e medidas




Publica-se aqui a quarta parte da série de artigos que Ken Griffith tem vindo a publicar no jornal do Gold Standard Institute.
A tradução e a edição dos artigos é da minha responsabilidade e foi autorizada pelo próprio autor.
A terceira parte pode ser lida aqui.

"Em defesa do padrão-ouro livre” – Ken Griffith, "The Gold Standard Institute Journal #45", Setembro de 2014


Um meio padronizado para o ouro digital

Por muito agradável que seja pensar no ouro como dinheiro, a maioria das pessoas não se apercebe de que nem todo o ouro é igual entre si. Uma grama de ouro numa barra de 1 kg pode ser 40% mais barata do que uma grama de ouro numa folha ou filigrana que pese apenas 1grama. As quantidades mais pequenas vão exigir um prémio mais elevado, dado o seu mais elevado custo de produção.
Através da história, as moedas de ouro de vários países foram servindo como meio monetário num padrão-ouro internacional de natureza informal. Normalmente, os contratos eram pagos em moedas de ouro de tamanho e denominação mais pequenos. De uma forma rápida, podemos assinalar a presença deste padrão-ouro informal desde o Império Persa no século VI antes da nossa era e foi interrompido em vários períodos em que a moeda de prata se impôs como meio primário de troca.
Tomando a perspectiva histórica que inclua as moedas persas, romanas, espanholas ou inglesas, é notória a evolução para a diminuição do seu tamanho e o aumento da sua pureza (toque) ao longo dos tempos. Durante os séculos em que as moedas de ouro circulavam no comércio internacional, as notas de crédito eram pagas em moedas de ouro da época, e não em forma de barras ou em joalharia. O meio, por excelência, era a moeda de ouro. Ainda que se pudessem liquidar contratos e dívidas em barras de ouro, isso acarretava um custo adicional.
Na altura, como agora, as moedas de ouro são transaccionadas com um prémio superior às barras, ao ouro em bruto e à joalharia por causa da precisão do seu padrão, o que as torna fiáveis e seguras. Foi esse o segredo da utilização das moedas de ouro ao longo dos tempos.

O padrão-ouro foi escolhido pelo mercado
Com a excepção das medidas legislativas britânicas em 1925, o meio privilegiado para efectuar as transacções não era imposto pelos estados, mesmo quando estes eram responsáveis pela cunhagem das moedas utilizadas. A melhor e mais líquida moeda de ouro de um país acabava por circular como meio de pagamento no comércio internacional apenas porque era a escolhida pelas forças do mercado e não por força de um decreto. No comércio internacional, a boa moeda afasta a má moeda.
Dobrão espanhol
No período colonial americano havia um padrão-ouro livre, no qual ourives privados cunhavam moedas com o mesmo peso que o Dobrão Espanhol. O prémio dessas moedas tornava rentável aos ourives a compra de joalharia ou restos de metal precioso de outras fontes, proceder à sua purificação e cunhagem de acordo com o padrão-ouro efectivo.
Com a consolidação dos estatutos do Banco de Inglaterra no século XIX, assistiu-se a uma pressão para substituir as moedas de ouro por notas emitidas pelos bancos. Estas notas ainda podiam ser trocadas por ouro, mas desde o fim da Iª Grande Guerra que o Banco de Inglaterra limitou a troca de notas por barras de 400 onças troy (12,440 kg).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Citação do dia (179)

"Um homem que optar entre beber um copo de leite e um copo de uma solução de cianeto de potássio não estará a optar entre duas bebidas; a escolha será entre a vida e a morte. Uma sociedade que optar entre capitalismo e socialismo não estará a optar entre dois sistemas sociais; estará a escolher entre a cooperação social e a desintegração da sociedade. O socialismo não é uma alternativa ao capitalismo; é uma alternativa a todo o sistema sob o qual os homens possam viver como seres humanos. Constitui tarefa da economia enfatizar este ponto tal como é a tarefa da biologia e da química ensinar que o cianeto de potássio não é um alimento, mas sim um veneno mortal."
Ludwig von Mises (1949)

Lá como cá

sábado, 13 de dezembro de 2014

Radar

Por cá vamos seguindo a novela da CPI/BES, vamos ouvindo a cantiga de embalo dos candidatos às próximas eleições e nada vemos para lá destas cortinas de fumo. No final de uma semana muito complexa nos mercados e onde, inclusive, as taxas sobre a nossa dívida registaram subida importante, uma importante declaração da directora do FMI - Christine Lagarde - foi tornada pública. Nesta declaração assume-se que o Fundo vai avançar para o plano B, uma vez que os EUA se recusaram (já o fazem desde 2010) a aprovar as modificações ao esquema de quotas para o Fundo. Lagarde diz tudo o que é preciso dizer: vamos avançar numa abordagem alargada e multipolar já em Janeiro de 2015. Sem os EUA, pelo que parece.
Será possível conceber o alcance das consequências económicas, financeiras e políticas desta declaração, tendo por contexto a euforia em torno do dólar?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Citação do dia (178)

"O alcance da Bolha Global do financiamento soberano de hoje projecta uma enorme sombra sobre a Bolha do financiamento hipotecário de 2007. Há muito mais a perder nesta Bolha internacional e muito mais com que nos devemos preocupar. Em vez de crédito de má qualidade (subprime), hoje a Periferia inclui dezenas de milhões de milhões de crédito vulnerável que atravessa vários países e envolve muitos milhões de pessoas. Em vez de hipotecas e dívida corporativa americanas, hoje o Centro inclui crédito de vários Bancos Centrais e a maior Bolha nos activos financeiros que alguma vez vimos.
No Centro do Centro, a histórica euforia nos mercados tem puxado os activos financeiros e a dívida das empresas a extremos que são precários – deteriorando os fundamentos económicos e financeiros globais. Não tenhamos dúvidas, os estímulos concertados dos Bancos Centrais exacerbaram a diferença entre activos financeiros inflacionados e os débeis sinais de crescimento global. Pior, a redistribuição da riqueza, implícita nas políticas que aumentam o tamanho do domínio financeiro global, está a degradar-se e a gerar tensões geopolíticas alarmantes. A Banca Central Global e a ideia da dívida soberana de “risco zero” estão a ficar descredibilizados."

Doug Noland - "Memórias"

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Em defesa de um padrão monetário livre - parte III

Sistemas de pagamento e contabilidade para o Padrão-Ouro Livre




Publica-se aqui a terceira parte da série de artigos que Ken Griffith tem vindo a publicar no jornal do Gold Standard Institute.
A tradução e a edição dos artigos é da minha responsabilidade e foi autorizada pelo próprio autor.
A primeira parte pode ser lida aqui e a segunda aqui.

"Em defesa do padrão-ouro livre” – Ken Griffith, "The Gold Standard Institute Journal #44", Agosto de 2014


Neste artigo continuarei a apresentar o roteiro para a criação do padrão-ouro livre através da iniciativa privada e pelo mercado livre e vou concentrar-me nas exigências para um sistema de pagamentos e contabilidade seguros.

Elementos do sistema digital de pagamentos e contabilidade
Como mencionei na primeira parte, o ouro digital como moeda não é uma novidade. James Turk patenteou a ideia em 1993 e a empresa e-Gold lançou em 1996 o primeiro sítio de ouro digital na internet. Entretanto, a indústria arrancou e atingiu 80 toneladas por ano de transacções desde 2001, até que as autoridades norte-americanas fecharam o negócio entre 2005 e 2009. Desta experiência aprendi algumas lições que agora partilho aqui.

1 – Precisamos de um sistema descentralizado que suporte múltiplos agentes
As empresas – e-Gold e GoldMoney – publicitaram-se a si mesmas como sistemas unificados com a sua unidade de ouro exclusiva. Julgo que estas empresas não terão pensado bem na possibilidade dos seus clientes quererem transferir ouro entre as duas empresas. Surgiam, na altura, uma rede de agentes que providenciavam esse serviço, mas era oneroso e pouco profissional.
A próxima geração do sistema de dinheiro digital tem de ser desenhado, desde a raiz, com o propósito de suportar múltiplos emissores numa mesma plataforma.

2 – Precisamos de um protocolo de transacções comum (API)
A maneira de ter múltiplos emissores de ouro digital a operar sem problemas na mesma plataforma é desenvolvermos uma linguagem de transacções digitais comum. Para que os computadores de todos os agentes possam falar entre si e para que, cada um dos intervenientes, possa desenvolver aplicações informáticas a partir do nosso sistema.
Um interface de programação automatizado (Automated Programming Interface – no inglês - NT) permitirá as aplicações informáticas de emissões de contratos futuros serem construídas por terceiros, potenciando a comercialização de promissórias. Os seguidores de Adam Smith e de Antal Fekete julgam que esta comercialização é vital para o padrão-ouro poder funcionar. Isto parece significar que precisamos de uma base de código aberta (open source code base).
Existem três ou quatro aplicações/sistemas informáticos disponíveis que podem servir este desígnio.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Príncipes do Yen - ou DDT como por cá podem ser conhecidos

A captura da realidade política, económica e social

Para quem ainda tenha dúvidas dos incentivos incorporados no sistema, recomendo que veja atentamente este vídeo. Num presente repleto de análise e discussão do papel dos reguladores (especialmente da banca e sector financeiro), de críticas, seja de especialistas ou políticos, à acção da troika, passando pelas propostas apresentadas por movimentos políticos (portugueses ou espanhóis, neste caso) quanto às reformas necessárias do sistema financeiro, estranha-se que a atenção seja desviada do mais importante: o papel dos Bancos Centrais.
Estas instituições têm um potencial destrutivo sem igual. Repito, sem igual. Os "grandes grupos económicos", os "grandes especuladores", todos eles obedecem às suas ordens. Pactuam com as ideias para o planeamento económico, financeiro e social que estas instituições impõem, levando a cabo políticas com consequências devastadoras.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Estímulos Possíveis

Os sábios já estão em estágio

A próxima reunião do Banco Central Europeu é já amanhã e nada melhor do que avançar com informação relevante para compreender os actos da peça. E rir com isso. Será que vem aí mais QE "à europeia"? Ou vão bastar promessas?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Radar

Os suíços decidiram-se pelo não à Iniciativa de Repatriamento do ouro. As "rotativas" passaram logo a reproduzir a mensagem negativa acerca do metal. Veja-se este exemplo do Observador. Será que vão publicar - ainda hoje - a recuperação que o metal já fez? Subiu 50 dólares do mínimo registado e ficou "no verde" com ganho de 30 dólares (aprox.). É caso para dizer que a selecção de informação negativa (mesmo quando há algum fundamento para isso) em detrimento do que, de real, se vai passando, deixa muito a desejar quanto à objectividade do jornalismo. Neste caso económico. Valem outras fontes.