sábado, 21 de março de 2015

A mão dura ou a suavidade arrepiante do aço

Realismo intervencionista

Há muito que nem os apaixonados pela "mão macia" da diplomacia se opõem a nada disto. Talvez tenham acompanhado sempre a intenção, mesmo que não a acção propriamente dita destes "falcões".
Veja-se como se justificam, com a simplicidade de uma martelada, as intervenções, os discursos, as sanções que os EUA impõem por esse mundo fora. Até a NATO - como artifício institucional - se desmascara aqui.
Sinto arrepios. E os leitores?

5 comentários:

António Barreto disse...

Também! os "mecanismos" ocultos de controlo político e económico externo por parte dos EUA, são arrepiantes. Nós, europeus, temos uma dívida de gratidão para com os americanos, mas a verdade é que em ambos as GGM, fizeram-se pagar bem caro; primeiro exigindo a guarda das reservas de ouro dos aliados e depois exigindo aos ingleses igualdade de acesso às suas colónias. Gratidão, admiração, esperança mas também medo, misturam-se quando penso nos EUA, cujo altruísmo é sempre interessado.

LV disse...

António Barreto,

Sinto os arrepios e uma estranheza que resulta da mesma constatação que assinala. É a consistente destruição da imagem de um bastião de inovação e liberdade. Talvez seja esse o destino dos impérios, por muito promissor que nos possam parecer as suas motivações iniciais.
E não sejamos ingénuos, muitos são aqueles que pretendem, deste lado do Atlântico, promover dinâmicas semelhantes. Para garantir a paz com o "guarda americano", mas também para manter acesa a chama da unificação europeia - essa doença que teima avançar contra a própria natureza da coisa Europa.

Saudações,
LV

Eduardo Freitas disse...

Caroo LV,

Não são muitos os momentos em que a crueza do discurso da verdade emerge do habitual e denso nevoeiro da dissimulação do poder, particularmente do imperial. Este será um outro. Como este.

Obrigado, meu caro, pela partilha deste eloquente documento.

Saudações,

Eduardo Freitas

Anónimo disse...

As tensões entre o Kremlim e o Ocidente voltaram ontem a aumentar, quando a Rússia avisou a Dinamarca de que será alvo das suas armas nucleares, caso tome parte no escudo ant-missil da NATO.
As tensões entre o Kremlim e o Ocidente voltaram ontem a aumentar, quando a Rússia avisou a Dinamarca de que será alvo das suas armas nucleares, caso tome parte no escudo ant-missil da NATO.
“Se isso acontecer, então os navios de guerra dinamarqueses serão alvos para as armas nucleares russas. ADinamarca tornar-se-á numa ameaça para a Rússia”, avisou Mikhail Vanin, embaixador russo para este país nórdico, num artigo publicado no jornal Jyllands-Posten.

LV disse...

Caro Anónimo,

Escusa de fazer a simples colagem de excertos de jornal. Exponha, simplesmente, o que pensa acerca dos assuntos.
Peço-lhe que considere o seguinte:
- não se dirá, aqui pelo Espectador Interessado, que Putin é o modelo de governante/líder/político;
- não é sustentável manter uma visão tão distorcida por muito mais tempo acerca da responsabilidade dos EUA em variados problemas (do passado e do presente), estimulando uma dicotomia simplificadora que anula qualquer compreensão correcta e objectiva da história;
- basta estar a par do esforço intervencionista dos EUA (e da NATO é claro) por esse mundo fora para compreender que há um grande esforço de ocultação das suas reais e cabais responsabilidades no deflagrar de novos problemas e conflitos;
- há uma escalada muito perigosa, um efeito potenciador de cisões muito importantes para o Grande Jogo (de nível económico, financeiro e estratégico);
- consegue imaginar qual seria a reacção dos EUA se o México ou o Canadá colocassem forças militares ou mísseis (aka sistemas defensivos) nas suas fronteiras com os EUA?

É, justamente, por se ter como perigosa e lamentável a erosão do bastião de defesa de valores como a Liberdade, a Paz e a Prosperidade de que o Ocidente tanto se vangloria que importa apresentar a verdadeira natureza das intenções do Ocidente. Rejeitando a visão de "quem não está connosco, está contra nós", tão intensa como eficaz na anulação da opinião e das ideias diferentes.
Pode alguém aceitar que se faça - isso mesmo - faça história do modo como é explicitado no vídeo aqui apresentado? Só porque é americano ou francês ou português? E esperar respeitar a Liberdade?
Putin está apenas a aproveitar-se para expor esta fraqueza dos EUA e do Ocidente. Apresentá-lo aqui faz-me defensor de Putin? Mas como?

Saudações,
LV