quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Enquadramentos


Fonte

Nos comentários ao nosso último Radar, o leitor António Cristóvão parece advertir-nos para a massagem aos números que resulta da manipulação de percepções de que somos alvo diariamente. 
E a cada ano que começa surgem sempre uns artigos para manipular orientar quem ainda consegue poupar alguma da riqueza que produz. Como se verá a preocupação é legítima e relevante.

Assim, para evitar o melhor possível a entorse perceptiva (a dissonância cognitiva, como está em voga dizer-se), apresenta-se uma tabela que perspectiva o preço do ouro nas várias moedas nos últimos quinze anos. 
Mais uma vez se convida a considerar estes dados, não numa óptica estrita de investimento, mas na perspectiva da consolidação de um pilar da poupança individual, considerando o longo-prazo.

Nada de lirismos, portanto.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Radar

Curiosa "notícia". À falta de análises sérias acerca dos metais preciosos e das reservas estratégicas portuguesas, sobram estes rascunhos. Cuja oportunidade não deixa de ser notada.
Por que razão a "peça" não dá informação mais detalhada quanto às reservas portuguesas? Especialmente quanto à natureza frágil de 50% dessas reservas depositadas no Banco de Inglaterra?
Sublinhando que Portugal está à frente de países como a Arábia Saudita e ("Viva!") a Espanha, isso serve que propósito?
Estamos à frente desses países, sim, mas apenas porque a composição das nossas reservas é concentrada em ouro, já que o metal representa mais de 90% desse cabaz.
Não se alegrem os incautos pois, não tendo reservas diversificadas, Portugal nada pode fazer a esse ouro dado que assinou um acordo com o BCE e que inclui todos os Bancos centrais da Zona Euro para não vender mais ouro nos próximos cinco anos.
Repito: que propósito serve a "peça"?
Note-se também a participação na caixa de comentários ao artigo. Perdão, ao "artigo".
Curioso também.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Dança das cadeiras




Por agora é Draghi e o BCE a dançar.
Até quando é que ninguém sabe. Para já a política de entorse perceptivo de orientação comunicativa para a manutenção das expectativas goza de aceitação pelos agentes interessados. Até quando...?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Avassaladora perspectiva






Fonte


Começando pela primeira tabela, podemos comparar a venda de moedas de 1 onça em prata (American Silver Eagles - ASE) em todo o ano de 1996, face a Janeiro de 2016 nos EUA (inclui revendedores autorizados).
Considere-se, todavia, que dado os enormes constrangimentos na produção (não havia prata para fabricar as moedas) na US Mint, as vendas em 2016 só começaram no dia 11 de Janeiro. São pouco mais de seis dias úteis até à publicação destes dados.

Avançando para a segunda tabela, podemos comparar o ano de 1996 e 2015 em termos de vendas totais das mesmas ASE´s nos EUA.

Por fim, os últimos dados correspondem à dinâmica das aquisições de prata para efeitos de investimento face às aquisições de joalheria e afins nos anos de 1996 e 2015.

Que não se diga nada. Ninguém quer saber.

Já agora, como estão os índices bolsistas, o preço do crude, as remunerações das obrigações soberanas (fora EUA)?
Divago.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Masterclass - Grant Williams

"Coisas que te fazem exclamar: hmmmm"

O vídeo que hoje publicamos é mais uma pérola de Grant Williams. Este trabalho foi apresentado no evento "Mines & Money" que decorreu em Londres em Dezembro último.
O título da apresentação encapsula a ideia principal do estado presente da percepção comum acerca do mercado dos metais preciosos: "Ninguém quer saber".
A qualidade (quantitativa e qualitativa) na apresentação dos dados, o humor e a ironia com que Williams desarma qualquer apaixonado-pela-economia-de-papel são razões mais do que suficientes para justificar o exercício reflexivo de Williams.

A análise coloca em contexto vários dados, comparando especialmente os diferentes veículos de investimento comuns face aos riscos implícitos do presente económico e financeiro. Bem como os mecanismos do estabelecimento do preço dos metais preciosos, especialmente do ouro e das acções das empresas de mineração e dos seus activos.

Atravessando a análise está a ideia de que, de algum modo e a qualquer altura, a disponibilidade e a oferta dos metais no Ocidente tem de mudar radicalmente. É a matemática... e é neste ponto que relembro o facto de metade das reservas de ouro portuguesas (aproximadamente 191 toneladas) estarem depositadas no Banco de Inglaterra. Mas - atenção - estão depositadas segundo o estatuto de "Depositado", ou seja, não fazem parte de uma reserva física. Esse é que é o problema.
Dado o estudo e os dados aqui perspectivados, a hipótese desse ouro poder estar a fazer parte de um grande jogo de papel ou geringonça contabilística deve ser equacionado.

Esperemos que antes do dia em que a matemática se fizer sentir. Ou antes que todos passem a querer saber.


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Grito(s)




Depois da tensão tectónica que se tem acumulado é natural que episódios como o crash interrompido no mercado chinês possam ocorrer. Com que frequência e alcance, é o que importa saber.
Até que acordem do sono dogmático, os "curadores" gritam. Todavia, julgo que o grito seja muito pouco sincero. Ainda.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Radar

A realidade segue imparável. Deixo aqui aqui a ligação para o último artigo de Ambrose Evans-Pritchard, onde expressa os seus votos para o ano de 2016.
Destaco o último parágrafo e um dos gráficos que acompanha o artigo.

"Ninguém sabe o nível de dor que podemos alcançar como resultado de um sistema global alavancado como nunca. Os rácios de dívida pública e privada rondam os níveis extraordinários de 265% do PIB nos países da OCDE e 185% nas economias emergentes, o que corresponde a um crescimento de 35% desde o topo da bolha de crédito no momento pré-Lehman. Mas isso é uma história de horror para 2017."


O que vemos ali no terceiro lugar?
A realidade em todo o seu esplendor.